terça-feira, 29 de maio de 2007

Emprego/Desemprego

  • Noção de desemprego

O desemprego consiste na quantidade de pessoas profissionalmente inactivas em determinada área que, estando disponíveis para trabalhar, não se encontram empregados.



  • Tipos de desemprego

Existem quatro tipos de desemprego, são eles o desemprego estrutural ou tecnológico, o desemprego pontual, o desemprego repetitivo ou sazonal e o desemprego de longa duração. O desemprego estrutural ou tecnológico é causado pela inovação tecnológica, porque a introdução de novas tecnologias, de novos equipamentos e de novos processos produtivos originam menos postos de trabalho; o desemprego pontual consiste na existência de indivíduos temporariamente desempregados, ou que estão a mudar de emprego frequentemente; o desemprego repetitivo ou sazonal que é um desemprego que depende das épocas do ano, que resulta de variações sazonais na procura ou na produção de determinados bens ou serviços e o desemprego de longa duração que resulta da estagnação da actividade económica e do consequente encerramento de empresas (pessoas em situação de desemprego à mais de 12 meses).



  • Evolução do desemprego
A nível nacional


A análise dos quadros abaixo permitiu-nos concluir que houve uma subida acentuada do desemprego no 1º trimestre de 2002 ao 1º trimestre de 2003;do 1º trimestre de 2003 até ao 4º trimestre de 2005 assistiu-se ao aumento da taxa de desemprego como consequência de encerramento de empresas, tendo pelo meio ligeiras oscilações, mas a partir do 4º trimestre de 2005, a tendência foi para uma diminuição da taxa de desemprego.
A taxa de desemprego tem sofrido oscilações constantes, sempre com tendência a aumentar, desde de 2002 até ao final do ano de 2005.



Taxa de desemprego em Portugal


2004

2005

2006

Tx. desemprego

3.º T

4.º T

1.º T

2.º T

3.º T

4.º T

1.º T

2.º T

3.º T

6,8

7,1

7,5

7,2

7,7

8,0

7,7

7,3

7,4

Fonte: INE






As conclusões que se podem obter após a análise deste quadro é que o emprego teve sempre a subir até ao ano de 2006, mas neste ano começou a verificar-se uma tendência de diminuição do desemprego.
Ao longo dos anos tem-se assistido a oscilações nos valores da taxa de desemprego, pois tão depressa ela tem ligeiras subidas como ligeiras descidas.
Apesar de as taxas de desemprego ainda serem elevadas, tem-se assistido a uma diminuição do mesmo, o que pode contribuir para um melhoramento da situação económica do país e das condições de vida das populações.


Taxa de desemprego por regiões (%)


2º T 2005

3º T 2005

4º T 2005

1º T 2006

Norte

8.7

8.8

9.0

8.9

Centro

4.5

5.4

6.0

5.5

Lisboa

8.0

9.0

9.0

8.5

Alentejo

8.5

9.4

9.4

9.8

Algarve

6.3

5.3

5.9

5.9

Açores

4.3

4.2

4.4

4.2

Madeira

3.9

4.4

5.1

4.6

Fonte: INE

A taxa de desemprego tem registado um aumento em praticamente todas as regiões de Portugal continental e regiões autónomas.
A taxa de desemprego é mais elevada no norte, devido ao encerramento de empresas, nomeadamente do sector têxtil e confecção, e mais baixa no Algarve, pois neste região predomina o sector terciário, que tem como principal fonte de rendimento o turismo.
Do 2º trimestre de 2005 ao 4º trimestre de 2006 houve um aumento da taxa de desemprego no Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Madeira, nas restantes regiões registou-se ligeiras oscilações.



Evolução do desemprego registado por região


2003

2004

2005

Norte

42,4%

44,8%

46,1%

Centro

14,0%

14,0%

13,8%

Lisboa

34,7%

32,8%

31,6%

Alentejo

5,4%

4,9%

5,0%

Algarve

3,5%

3,5%

3,4%




Fonte: IEFP


Ao analisarmos este gráfico podemos verificar que só na região Norte é que o desemprego continuou a aumentar, pois nas restantes regiões assistiu-se a uma diminuição do mesmo, tendo sido na região de Lisboa que se tenha assistido à descida mais significativa.
A região do Norte tem sido ao longo dos anos a mais afectada pelo desemprego devido ao sector predominante nesta zona, o que distingue esta zona das outras.




  • Faixas etárias e sexo mais prejudicados

Após a análise dos gráficos e quadros acima podemos concluir, que o sexo mais prejudicado pelo desemprego é as mulheres.
A taxa de desemprego das mulheres, do 3º trimestre de 2004 ao 1º trimestre de 2006 registou um aumento, contudo verificou-se uma ligeira descida, no 2º trimestre de 2005 e a partir de 2º trimestre de 2006.
A elevada taxa de desemprego nas mulheres poderá dever-se à discriminação da mulher no mercado de trabalho, pois muitas mulheres não são empregadas devido a factores como: a maternidade,
A taxa de desemprego é mais elevada nos jovens até aos 24 anos nas mulheres; e nos adultos é mais elevada nos homens.



  • Sectores mais prejudicados


População desempregada nos diversos sectores


Valor trimestral

3º T – 2005

2º T – 2006

3º T – 2006

Milhares de indivíduos

Sector I

10,7

10,8

9,9

Sector II

160,2

160,5

155,2

Sector III

192,2

183,7

186,2

Fonte: INE

Após a análise dos gráficos e dos quadros concluímos que os sectores mais prejudicados são o sector secundário e o terciário.
O desemprego no sector secundário tem vindo a diminuir, enquanto que no sector terciário tem sofrido oscilações, no sector primário tem vindo a diminuir.
O sector secundário regista uma elevada taxa de desemprego, pois este predomina no Norte do pais e nesta mesma região, assistiu-se a um elevado numero de encerramento de empresas têxteis e de confecção, do 3º trimestre de 2005 ao 3º trimestre de 2006.
O sector terciário é o que tem maior número de pessoas desempregadas, porque também é o que emprega mais pessoas, enquanto que o sector primário é o que emprega menos pessoas, devido a terciarização, o que contribui para uma menor taxa de desemprego neste sector.

  • Causas do desemprego


Os valores do desemprego têm registado um aumento devido a causas como: a recessão económica (1); à falta de produtividade; à falência de empresas, ou seja, empresas que encerram por problemas financeiros ou outro tipo de problemas e que levam para o desemprego muitas pessoas; à deslocalização de empresas, onde as vantagens comparativas são maiores; a inovação tecnológica (2); à globalização; à falta de qualificação profissional; à idade e ao estado de saúde. Estas são as causas mais frequentes e que mais têm contribuído para os elevados números de desemprego.



(1): porque num período de recessão económica o investimento das empresas vai-se reduzindo e, consequentemente, assiste-se a dispensas temporárias de trabalhadores e de níveis elevados de desemprego.
(2): quando a mão-de-obra é substituída pelas novas tecnologias para que haja um aumento da produtividade.



  • Consequências do desemprego

O desemprego tem consequências a dois níveis: ao nível dos trabalhadores e ao nível do Estado.
Ao nível dos trabalhadores, as consequências são a perda de auto-estima, a crise psicológica, o sentimento de culpa, de vergonha e impotência, a depressão, os distúrbios emocionais, a conflituosidade familiar, o aumento do consumo de álcool, tabaco e tranquilizantes, perturbações de sono, a exclusão social, a má situação económica, entre outros; o que provoca grandes distúrbios na vida das pessoas que passam por este problema.
Relativamente ao Estado, este depara-se com consequências tais como a diminuição do PIB per capita, a diminuição de contribuições e descontos, entre outras; o que origina crises financeiras, entre outros problemas que se reflectem nas condições do país.





  • Problemas do desemprego
Os problemas do desemprego são cada vez mais, porque o número de desempregados aumenta cada vez mais.
Existem problemas para o Estado e para os trabalhadores. Para o Estado os impostos não são recebidos, pois quem está desempregado tem dificuldade em pagar os impostos, o que provoca uma diminuição das receitas para o Estado; o aumento das despesas com o pagamento de subsídios de desemprego, porque quem está desempregado tem que ter meios para sobreviver. Para os trabalhadores os salários não são recebidos, ou seja, ausência de rendimentos o que origina algumas dificuldades, e exploração de mão-de-obra, como horários alargados, omissão de direitos humanos, ausência de alguns direitos, porque a necessidade de ter emprego faz com que aceitem o primeiro emprego que lhes ofereçam; os problemas dos desempregados também se reflectem nas pessoas mais próximas dos mesmos.




  • Soluções de desemprego
Para combater os problemas do desemprego, existem algumas soluções, tais como, os programas de formação profissional – cursos que são financiados pelos centros de emprego de forma a aumentar as qualificações dos trabalhadores, para que estes tenham mais e melhores oportunidades de emprego; a redução dos horários de trabalho; o apoio ao investimento por parte do Estado através de benefícios fiscais, entre outras propostas com a finalidade de criar novos postos de trabalho e desta forma contribuir para a diminuição do desemprego; e os subsídios de desemprego para ajudar as famílias que se encontram nessas situações a conseguirem manter um mínimo nível de vida.

Sem comentários: